quarta-feira, 29 de julho de 2015

Mensageiro do Prazer: Mantendo acesa a chama do Rock And Roll

Texto: Mateus Rister
Fotos: Vinny Vannoni, Emerson Rocha e Denise Bernardes


Imagine a fusão entre o peso do Hard Rock e a malícia do bom e velho Rock And Roll, essa é a receita da banda Mensageiro do Prazer, que há cerca de quinze anos vem buscando seu espaço no cenário gaúcho. Desde o começo de 2015 é formada por Vagner Bueno (guitarra e vocais), Henrique Nunes (baixo), Kleber Kilmister (guitarra), Emerson Rocha (bateria) e Josye Santos (vocais). Com influências que vão desde bandas consagradas mundialmente como Deep Purple, Led Zeppelin, Motley Crue e AC DC, aos pilares do Rock And Roll gaúcho e nacional como TNT, Velhas Virgens, Cascavelletes e Rosa Tattooada, a banda segue fazendo shows para divulgar o seu primeiro EP, chamado “Estrada”, enquanto prepara as músicas que farão parte do seu próximo lançamento.

Da esquerda para a direita: Vagner Bueno; Emerson Rocha; Josye Santos; Henrique Nunes e Kleber Kilmister


Depois de finalizar mais um ensaio, a banda se disponibilizou a nos atender e responder algumas perguntas:


Insanity: Como foi a gravação do EP?


Vagner: A gravação já tem algum tempo, já faz dez anos, foi com outra formação. Logo após a gravação, a formação da época se desfez e só em 2008, já com o meu irmão, o Henrique Nunes assumindo o baixo que conseguimos começar um trabalho mais sério. Daí com a entrada do Emerson e da esposa dele, a Josye em janeiro, nós conseguimos fixar uma boa formação para seguir divulgando esse trabalho.


Josye: É, eu comecei de metida (risos). Assistia os ensaios e quando vi já estava cantando na banda.



Vagner: Já era uma ideia antiga ter uma mulher na banda para cantar e fazer o backing vocal, aí a Josye apareceu e é uma coisa que ainda estamos estruturando, algumas músicas ela canta só o refrão, outras canta inteira e já estamos compondo algumas específicas para ela cantar.


Insanity: E essa é a formação ideal ou ainda estão procurando mais uma peça?


Vagner: Estamos procurando tecladista, queremos um cara que queira fazer um trabalho sério.

EmersonProcuramos uma pessoa com responsabilidade, quando eu entrei para a banda eu avisei o Vagner que eu sou bem “chato”, eu não falto ensaio, até se estiver caindo o mundo eu vou para o ensaio mesmo assim, então queremos manter o nível mais profissional possível.


Vagner: Tanto o Henrique, quanto eu concordamos que a entrada do Emerson e da Josye foi excelente para a banda. O Emerson é um dos caras mais interessados que já tocaram com a gente. Foi um “UP” legal para a banda.


Insanity: O EP ainda está disponível para venda?


Vagner: A última prensagem se esgotou há pouco tempo, mas já estamos providenciando novas cópias. Quem quiser adquirir pode entrar em contato com a gente através da página da banda no facebook.  



Capa do EP "Estrada"


Insanity: O público pode esperar novos lançamentos?

Vagner: Sim, nós iríamos começar a gravar esse mês, mas por problemas diversos acabamos não conseguindo. Então estamos nos organizando para a partir de agosto começar o processo de gravação. Nós temos muitas músicas, só está faltando conseguir estruturar tudo para entrar em estúdio, queremos fazer uma releitura de “Estrada” e “Roubar Seu Coração” com essa formação, com esse feeling atual.


Josye: Eu estou bem ansiosa para começar, por que o material que está circulando não tem a minha participação.

Insanity: Como será lançado esse material novo?



Vagner: Temos material suficiente para lançar um disco completo, vamos gravar em torno de dez a doze músicas.



Emerson: A intenção é gravar, levar o material para produtoras e gravadoras e ver como podemos fazer o lançamento. Eu acredito muito no que fazemos por que é um som que tem muita influência do Rock And Roll que não se encontra mais por aí.

Insanity: E como está a agenda de shows?

Vagner: Estamos tocando bastante. Fizemos uma parceria com a produtora Ectoplasma que vêm agendado algumas datas e nos colocando para tocar em alguns festivais.

Mensageiro do Prazer em ação

Insanity: Qual a opinião da banda em relação ao cenário musical de Porto Alegre?

Vagner: Eu acho que tem muitas bandas fazendo um som legal, mas está faltando entrosamento, união entre as bandas.


Emerson: Infelizmente ainda vemos muito as bandas fazendo o seu show e indo embora, não prestigiam as outras bandas que ainda não tocaram, sem interagir. Isso enfraquece a cena, por que acaba impedindo parcerias futuras que poderiam acontecer.

Josye: Nós, mesmo sabendo que vamos tocar às 20h00min, chegamos cedo, às vezes seis horas antes para poder assistir os shows que vão acontecer antes do nosso e interagir com todos. 


Insanity: Quais os planos da banda para o futuro?


Vagner: Queremos seguir firme com essa formação, os ensaios são bons, estamos curtindo. Continuar tocando muito, gravar e continuar evoluindo como banda.


Insanity: Abrimos espaço para vocês deixarem uma mensagem final:


Vagner: É isso aí, Rock And Roll na veia e vamos seguir nessa evolução sempre com humildade.

Josye: Quero agradecer ao público fiel que vem nos acompanhando ao longo desse ano.


Emerson: Eu quero agradecer e pedir para o pessoal abrir a mente para as bandas novas que estão fazendo um bom trabalho e procurando o seu espaço. Nós sempre procuramos fazer o som que gostaríamos de ouvir se estivéssemos no público e vamos continuar nesse caminho.



Contatos através da página oficial da banda:

terça-feira, 14 de julho de 2015

Preparem-se para a O.G.I.V.A


Por: Mateus Rister
Fotos: Nestor Martinez e Facebook

O que começou como um projeto formado em 2009 por Luciano Lee (voz e baixo) e seu sobrinho Lucas Machado (guitarra), está ganhando força e hoje é uma das promessas do Hard Rock Gaúcho. A banda começou com o nome Obs.Cena, que perdurou até meados de 2014, quando  descobriram que um outro grupo tinha o mesmo nome. Foi então que resolveram adotar o acrônimo O.G.I.V.A, que significa Offensive Glorious Invincible Violent Army. O nome combina perfeitamente com a agressividade de suas músicas, mais não imaginem uma agressividade ou uma rebeldia gratuita, as letras ácidas refletem a visão crítica do mundo que Luciano tem. Após problemas com bateristas anteriores, a banda encontrou Guilherme Scherer, o cara certo para comandar as baquetas.

Da esquerda para a direita: Lucas Machado, Guilherme Scherer e Luciano Lee


Conversamos com Luciano Lee, que nos contou um pouco mais sobre a história e os planos para o futuro da O.G.I.V.A.


Insanity: Como surgiu a ideia de montar a banda?

Luciano: Eu tinha saído de uma outra banda em que eu tocava, e estava bem desanimado, pensei em vender meu baixo e desistir de tocar. Mas o Lucas estava evoluindo como guitarrista e sempre aparecia na minha casa com novas ideias, cada dia com mais ou melhorando o que ele já tinha me mostrado, e também começou a investir em equipamentos, em pedais de distorção. Aí eu achei interessante a dedicação dele e propus para ele começar a gravar aquelas músicas, tentar encontrar um baterista e tocar pra gente se divertir. 



Insanity: Como funciona o processo de composição?



Luciano: Geralmente o Lucas traz os arranjos e eu faço as letras. Nós temos um grande amigo que é professor de inglês, e assim que finalizo uma letra eu passo pra ele, então ele faz a tradução para o inglês, que  é a língua que escolhemos usar. Nós não queríamos usar um “inglês de internet”, então é muito importante para a banda ter um profissional nos ajudando com isso. Aí o nosso sempre eficaz baterista, o Guilherme, define o tempo, coloca as ideias dele, realmente dá uma estrutura coesa para as músicas.


Luciano Lee


Insanity: Qual é o conceito das músicas?

Luciano: É atacar, falar sobre a alienação, os malefícios do fanatismo religioso, a falta de personalidade e coisas desse tipo. É para agredir, e a gente se diverte com isso. Eu sempre fui crítico, eu vejo tanta merda por aí e eu tenho que falar sobre isso, não posso ficar de braços cruzados, assistindo à humanidade ficar cada vez mais decadente, então eu tenho que expressar o que eu penso.



Insanity: Conta mais sobre a primeira música que a banda gravou.



Luciano: A música chama-se Fighting for Life, gravamos com um baterista que já não está mais na banda. Não houve um lançamento dessa música, simplesmente jogamos na rede. Não teve uma grande repercussão, mas era o que se esperava. Independente disso, nós ficamos muito satisfeitos com a música, eu mais ainda, por ter conseguido cantar (risos), já que até então eu não me via como o vocalista, mas a música estava pronta e precisávamos que alguém gravasse os vocais, como eu tinha feito a letra, e contando com a ajuda do produtor Sebastian Carsin, eu arrisquei. Fui melhorando a cada take e conseguimos um resultado muito satisfatório.



Insanity: Quais são as influencias da O.G.I.V.A?



Luciano: Não podemos deixar de citar bandas como Led Zeppelin, Van Halen, UFO, Jimi Hendrix, Rush e as bandas dos anos sessenta e setenta que fizeram história. Os grandes Deuses do Rock; nós não estamos pelo cabelo, estamos pelo timbre, estamos pelo som.



Insanity: E quais são as tuas influências como vocalista?



Luciano: Eu gosto muito do Michael Vescera, do Jinny Z. Jan do Shotgun Messiah, Kevin Stelle do Roxx Gang, Joe Strummer do The Clash, Geddy Lee do Rush e Joe Elliott do Def Leppard, todos são vocalistas que me inspiram.



Insanity: A banda pretende lançar o material em que formato: singles, EP ou um disco completo?



Luciano: Vamos gravar e refazer algumas coisas, como a bateria da Fighting for Life. Não se vive de música nesse país, temos contas a pagar, família, então gravar se torna um processo lento. Quando finalizarmos no mínimo doze músicas, vamos nos reunir e decidir se vamos mandar prensar um disco físico ou se vamos lançar só pela web, eu acho interessante fazer as duas coisas. Não descarto a possibilidade de negociar com gravadoras independentes para prensagem e distribuição.





Lucas Machado


Insanity: Pensa em mandar o material para o exterior?



Luciano: Com certeza. Esse país valoriza Sertanejo Universitário, banda de Rock não é valorizada, então o que temos que fazer é mandar material para fora. Hoje em dia tudo é globalizado, assim que nosso material estiver pronto, gravado com qualidade, vamos atrás de bons contatos no exterior.



Insanity: Como e onde o público pode encontrar o material da O.G.I.V.A?


Luciano: Estamos preparando material para colocar a banda nas redes sociais, vamos montar um site oficial também. Por enquanto, temos uma página no site Palco MP3, em que está disponível para audição e download a música Fighting for Life.


Guilherme Scherer



Insanity: E a agenda de shows? 



Luciano: Nós pensamos em fazer shows, mas não temos muita expectativa. Estamos sempre abertos a parcerias, o problema é que a maioria das produtoras não quer dar espaço para uma banda nova, prefere dar espaço para as bandas antigas; é aquela famosa panelinha. Mas estamos aí, sempre a fim de tocar, só não vamos cair em qualquer uma para não sermos desvalorizados.

Insanity: Algum plano para o futuro próximo?




Luciano: Sim, pensamos em gravar um vídeo-clip para a música Fighting for Life, usar um cenário bem caótico, com a banda tocando, algo bem agressivo.



Insanity: Agradecemos a tua disponibilidade para nos atender e abrimos esse espaço para as suas considerações finais.



Luciano: Quero agradecer ao apoio. Espero que o pessoal compareça aos shows de todas as bandas autorais e deixem de lado estas festinhas de som mecânico, pois não acrescentam em nada. Humildade vale ouro e politicagem não leva a lugar nenhum. Pés no chão sempre, pois quanto mais alta é a nuvem, mais dolorida é a queda.


O.G.I.V.A. no Palco mp3:


Contatos com Luciano Lee: